O meu coração está com Estrasburgo

By Uma Inês Indisponível - dezembro 12, 2018


Na terceira semana de outubro visitei Estrasburgo pela primeira vez e apaixonei-me pela cidade. É uma cidade cheia de luz, vivacidade, arquitetura e história. É com muita tristeza que vejo esta cidade coberta de medo e que, nesta época do ano, as palavras associadas a Estrasburgo sejam terrorismo e horror.

Após o atentado, ouvi os meus pais e as suas críticas sobre viajar e o cuidado que devia ter em selecionar "este tipo de destinos". Em resposta eu disse: "Não!". Recuso-me a viver com medo. Claro que temos de ser prudentes e conscientes, mas este tipo de ataques são realidades que não conseguimos prever nem evitar. Infelizmente, França, ao longo destes últimos anos, tem sido muito afetada pelo terrorismo na Europa  mas este tipo de atos podem ocorrer em qualquer cidade do mundo. 

Podemos, felizmente, afirmar que Portugal, no que toca a este tema, é relativamente seguro mas a verdade é que não podemos anunciar que nunca irá acontecer no nosso país. E o que fazer? Não sair à rua? Ficar em casa com medo do que poderá acontecer no metro, ou numa rua mais movimentada da nossa própria cidade? Eu não considero que esse seja o caminho, sinto até que, ao render-me ao medo, estou de certa forma a contribuir para a sensação de alarme e terror que as pessoas que provocam estes ataques pretendem. Por isso, digo não ao medo, digo não à impossibilidade de viver a minha vida de forma plena.

E digo também que o meu coração está com Estrasburgo e todas as pessoas que viveram ou estão a viver este terror. Não consigo sequer imaginar o que sentiram ontem à noite e o que estão a sentir neste momento. 

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5 comentários

  1. É desumano o que está a acontecer! Que dor no coração :/
    Concordo contigo, é claro que devemos ser prudentes, mas não podemos viver com medo. Caso contrário, vamos acabar por nos limitar. E por mais assustador que seja - porque é -, a verdade é que são coisas que, infelizmente, não podemos controlar. Por isso, não nos vamos fechar em casa à espera que aconteça o pior

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  2. Concordo contigo, não podemos fechar-nos a sete chaves e viver assim, mas a verdade é que de cada vez que vou andar de avião fico com uma ansiedade imenso, ou de cada vez que entro no aeroporto ou de cada vez que veja um homem barbudo de turbante na cabeça. Sei que é ridículo e que as pessoas não são todas iguais, mas além de não deixar de ir por causa disso, também não controlo estas sensações negativas.

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  3. Infelizmente há um medo que aumenta a cada ataque destes e que começa a limitar as nossas escolhas...

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  4. É mesmo triste... mas concordo contigo, não nos podemos fechar em casa. Porque é como tu dizes, nunca sabemos o que pode acontecer, nada nos garante que um dia não possamos ser afetados. Se tenho medo? Tenho, mas não vou trancar a porta.
    Temos de ir vivendo e arriscando, porque a vida é isto.

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