Acabei este ano a minha licenciatura em enfermagem e, embora não seja do interesse de toda a gente, decidi escrever esta publicação para dar a conhecer o meu curso e a escola onde estudei durante 4 anos. Há 4 anos atrás, procurei sobre este tema e quase nada encontrei, por isso, espero conseguir ajudar quem esteja indeciso sobre as diversas faculdades de enfermagem existentes ou apenas quem gosta de entender como funciona a Escola Superior de Enfermagem do Porto.
Falando em aspetos mais práticos, o primeiro ano é composto por 13 unidades curriculares, sendo que uma delas é optativa e pude escolher a que achei mais interessante - terapias complementares. Existem umas que têm mais etcs e outras menos, mas, no primeiro e segundo ano, todas as cadeiras variam entre 6 a 3.
2014/2015 - 1° ano
Falando em aspetos mais práticos, o primeiro ano é composto por 13 unidades curriculares, sendo que uma delas é optativa e pude escolher a que achei mais interessante - terapias complementares. Existem umas que têm mais etcs e outras menos, mas, no primeiro e segundo ano, todas as cadeiras variam entre 6 a 3.
O primeiro ano é focado na base de enfermagem, onde é importante aprender os fundamentos, modelos, teóricas,... Ao contrário de algumas faculdades de enfermagem, na ESEP não fazemos ensinos clínicos nos dois primeiros anos. A faculdade acredita numa visão holística da pessoa e, por isso, não faz sentido ter estágios sem abordar todos os temas.
No primeiro fiz muitos trabalhos de grupo, aulas teóricas e teórico-práticas. Parentalidade e terapias complementares foram as minhas cadeiras favoritas e bioquímica a que achei mais complicada.
No segundo ano começam as aulas práticas mais intensivas e difíceis, mas também muito interessantes. O plano curricular é composto por unidades curriculares como a pessoa dependente e o familiar cuidador, respostas corporais à doença, intervenções resultantes de prescrições e gestão da doença e do regime terapêutico. Nós , alunos, habitualmente gostamos mais destas aulas porque acabam por ser mais práticas, sempre baseadas em procedimentos e conhecimento teórico claro. Nas aulas práticas realizam-se procedimentos, como a introdução de sonda nasogástrica, colheita de sangue, preparação de medicamentos e consultas de enfermagem, posicionamentos, ... entre muitos outros. Depois, ainda tive aulas teóricas de patologia I e II, farmacologia, introdução à gestão e bioética. O cadeirão deste ano é mesmo Patologia I. Não por ser extremamente difícil, porque a matéria é bastante interessante, mas mais pela forma de avaliação e pela estrutura do exame.
Depois de dois anos intensos de teoria, chegou a altura de irmos para ensinos clínicos. Em setembro, é-nos enviado um email do resultado de um sorteio feito pela escola com os locais de estágio onde fomos alocados. Depois disso, podemos, num certo espaço de tempo, realizar trocas de locais de estágio entre nós, embora seja um pouco complicado. Neste ano os ensinos clínicos propostos pela ESEP são: medicina (15 ects), saúde familiar (15 ects), cirurgia (15 ects), enfermagem comunitária (7,5 ects) e parentalidade e gravidez (7,5 ects). Alguns estágios acabam por ter um número mais elevado de ects devido à sua duração. Os mais longos são de cerca de 2 meses e meio e os mais curtos, habitualmente são de 4 a 5 semanas (a duração acaba por depender muito do número de horas dadas).
Neste ano o estágio que mais gostei foi o de medicina e ao mesmo tempo também foi o mais difícil.
Por fim o último ano e, curiosamente, o ano que passou mais rápido. Este é o ano das especialidades, onde passei por vários serviços de diferentes hospitais e centros de saúde. Tive psiquiatria (15 ects), cuidados continuados na comunidade (7,5 etcs), internamento em cuidados continuados (7,5 etcs), obstetrícia (7,5 etcs), pediatria (7,5 etcs) e o opcional (15 etcs). O opcional é um estágio em que no início do ano temos uma reunião onde projetam para um quadro todos os locais de estágio e especialidades respetivas disponíveis nesse ano. No meu ano, no contexto hospitalar, tinha desde pneumonologia, nefrologia, urgências a cuidados intensivos (entre muitos outros) e no contexto comunitário vários centros de saúde disponíveis. O método de seleção é, mais uma vez, por sorteio, os interessados em determinado estágio têm de dar o seu número de estudante e é realizado um sorteio. O opcional é o único ensino clínico em que não realizamos trabalho de IPC, visto que o objetivo é aproximar o mais possível o estágio à vida profissional. Neste estágio temos de fazer uma monografia orientada pelos tutores e por uma professora, onde nos é proposta a seleção de um problema relevante no serviço, temos de dissertar um pouco sobre ele e refletirmos com medidas de melhorias ou sugestões para o serviço.
O resto das unidades curriculares são distribuídas exatamente da mesma forma como no ano anterior.
Os meus ensinos clínicos favoritos, no 4° ano, foram cuidados continuados na comunidade e pediatria, sendo este último o que considerei mais difícil neste ano.
Ao longo de toda a licenciatura nós, alunos da ESEP, temos uma unidade curricular intitulada de Introdução à prática clínica, onde é-nos dado, no 1° e 2° ano, um caso clínico que temos de trabalhar. O objetivo é formular um plano de trabalho com atividades de diagnóstico, diagnósticos, objetivos, intervenções e atividades de avaliação. Temos uma plataforma online da escola onde introduzimos dados que colhemos com o cliente/ familiar/ comunidade (dependendo do cenario clínico) e, depois, trabalhamos consoante esses dados. Isto tudo respeitando a terminologia da CIPE 2017 obviamente. Depois de ter o plano feito, na plataforma tem a opção de gerar resumo, e grava em pdf, no computador, o trabalho realizado ao longo do semestre. No 3° e 4° ano temos de realizar o resumo em todos os ensinos clínicos sendo que o cenário clínico passa de fictício para real, visto que utilizamos casos que nos deparamos nos estágios.
Espero ter ajudado a explicar um bocadinho melhor o plano curricular do meu curso, visto que é algo bastante importante e muitos alunos que entram para a faculdade não sabem. Alguma dúvida que tenham ou algo necessitem podem sempre contactar-me!
2016/2017 - 3° ano
Depois de dois anos intensos de teoria, chegou a altura de irmos para ensinos clínicos. Em setembro, é-nos enviado um email do resultado de um sorteio feito pela escola com os locais de estágio onde fomos alocados. Depois disso, podemos, num certo espaço de tempo, realizar trocas de locais de estágio entre nós, embora seja um pouco complicado. Neste ano os ensinos clínicos propostos pela ESEP são: medicina (15 ects), saúde familiar (15 ects), cirurgia (15 ects), enfermagem comunitária (7,5 ects) e parentalidade e gravidez (7,5 ects). Alguns estágios acabam por ter um número mais elevado de ects devido à sua duração. Os mais longos são de cerca de 2 meses e meio e os mais curtos, habitualmente são de 4 a 5 semanas (a duração acaba por depender muito do número de horas dadas).
Neste ano o estágio que mais gostei foi o de medicina e ao mesmo tempo também foi o mais difícil.
2017/2018 - 4° ano
Por fim o último ano e, curiosamente, o ano que passou mais rápido. Este é o ano das especialidades, onde passei por vários serviços de diferentes hospitais e centros de saúde. Tive psiquiatria (15 ects), cuidados continuados na comunidade (7,5 etcs), internamento em cuidados continuados (7,5 etcs), obstetrícia (7,5 etcs), pediatria (7,5 etcs) e o opcional (15 etcs). O opcional é um estágio em que no início do ano temos uma reunião onde projetam para um quadro todos os locais de estágio e especialidades respetivas disponíveis nesse ano. No meu ano, no contexto hospitalar, tinha desde pneumonologia, nefrologia, urgências a cuidados intensivos (entre muitos outros) e no contexto comunitário vários centros de saúde disponíveis. O método de seleção é, mais uma vez, por sorteio, os interessados em determinado estágio têm de dar o seu número de estudante e é realizado um sorteio. O opcional é o único ensino clínico em que não realizamos trabalho de IPC, visto que o objetivo é aproximar o mais possível o estágio à vida profissional. Neste estágio temos de fazer uma monografia orientada pelos tutores e por uma professora, onde nos é proposta a seleção de um problema relevante no serviço, temos de dissertar um pouco sobre ele e refletirmos com medidas de melhorias ou sugestões para o serviço.
O resto das unidades curriculares são distribuídas exatamente da mesma forma como no ano anterior.
Os meus ensinos clínicos favoritos, no 4° ano, foram cuidados continuados na comunidade e pediatria, sendo este último o que considerei mais difícil neste ano.
Sobre IPC
Espero ter ajudado a explicar um bocadinho melhor o plano curricular do meu curso, visto que é algo bastante importante e muitos alunos que entram para a faculdade não sabem. Alguma dúvida que tenham ou algo necessitem podem sempre contactar-me!