Mudar não é fácil, acarreta decisões que nem sempre acertamos. Para mim, a mudança é assustadora.  Não saber o que aí vem nem com o que posso contar... Já perdi muito e ganhei pouco com o medo da mudança, já tomei decisões das quais me arrependi profundamente, mas a vida continua. As consequências entram a fundo no meu quotidiano e sei que de nada me adianta pensar no passado.

Mas quando surge uma nova oportunidade esta montanha russa de emoções volta a atacar, remexe com as memórias que já estavam arrumadas dentro de pequenas gavetas lá no fundo do meu ser. Volta aquela pequena chama da esperança que outrora já tinha sido apagada com um belo balde de água fria.  

Depois, surge a pergunta: "Mas será que eu quero mesmo isto?", "Este meu sonho será realmente meu?". Existem sonhos que temos desde criança que desde sempre partilhamos com outras pessoas. No meu caso o  meu sonho, desde que me lembro, foi partilhado com a minha avó e a minha mãe. Neste momento, penso no passado, e não sei se será um sonho verdadeiramente meu ou de outra pessoa, principalmente depois de perceber e ver a sua realidade. 

Reina em mim esta indecisão e dualidade, este desconforto sobre as minhas ambições e a possibilidade de dar um passo em frente. Mesmo que esse passo em frente possa ser sobre um abismo, secretamente, existe uma ânsia de saber o que será, de perceber se aquele meu ou nosso sonho poderá ser concretizável. 

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