Com 22 anos:

- Viajei para locais novos;

- Vi a família crescer com dois rapagões lindos;

- Presenciei dor mas também muita perseverança nos olhos de muitos pais, durante o meu estágio em pediatria;

- Escolhi o vestido com que sempre sonhei para o meu baile de finalistas;

- Licenciei-me;

- Enfrentei o pesado mundo do desemprego e das propostas sem de condições de trabalho;

- Chorei;

- Cimentei amizades antigas;

- Sorri;

- Arranjei um emprego em Portugal;

- Fiz uma tatuagem;

- Reforcei novas amizades.

Aos 23 anos espero tornar-me mais independente, mais ponderada, melhor ouvinte, mais sorridente e  com mais garra para enfrentar os obstáculos que vão surgindo. Que apareçam experiências novas mas que, principalmente, estes 23 anos sejam passados junto daqueles que mais amo.

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Na verdade nunca pensei que fosse sentir tanta diferença na transição de estudante de enfermagem para enfermeira. Sempre imaginei que, como as funções eram (praticamente) as mesmas, iria ser algo mais natural, mas não foi. Senti bastante a diferença e ainda bem!

Nestes 2 meses que passaram sinto-me outra pessoa, sinto todos os dias o peso da responsabilidade, o dever de fazer e dar o melhor. Tomar decisões pode ser uma coisa assustadora, decidir pelo outro e em função deste é algo aterrador, mas isso nunca me deteve. Felizmente, tenho bases científicas e humanas suficientes para tomar esses decisões e, quando me sinto mais insegura, tenho alguém ao meu lado que me recomenda e discute comigo as várias opções e qual será a melhor solução para a pessoa. Sempre que isto acontece sinto-me feliz, sinto que trabalho em equipa tal como enfermagem deve ser.

Mas, o que ninguém me disse sobre este trabalho, é que nem todas as pessoas querem trabalhar em equipa. Que por vezes, os egos falam mais alto e a capacidade de entreajuda fica esquecida. Quando vejo isto a acontecer fico triste e desmotivada, porque no final, todos deveríamos estar a trabalhar com o mesmo objetivo. Nunca quis acreditar que existissem pessoas assim,  mas quando me deparo com a realidade fica difícil negar. Tenho de aprender a lidar com isso, a ser mais forte e não me deixar abater com esse tipo de pessoas que têm sempre um dedo a apontar e nada de bom a dizer. 

Agora entendo que o mundo do trabalho é um mundo cão, como se costuma ouvir, que tenho de combater bastante e criar estofo para não me deixar abater. Só trabalhando em equipa, aprendendo e dando o melhor de mim todos os dias, ficarei de consciência tranquila e só assim tenho a certeza que sou uma boa profissional. 

Decidi começar o ano da melhor forma, a cumprir uma das minhas resoluções: fazer uma tatuagem! Desde pequena que gosto muito deste tipo de arte. Recordo-me de no verão a minha mãe comprar-me tatuagens temporárias, em lojas especializadas, para, supostamente, não fazer muito mal à pele. Sempre gostei de ver programas diversos de tatuagens, de perceber o significado delas, é uma forma de arte muito específica mas, melhor do que isso, é uma forma de arte que fica gravada em nós e passa a fazer parte da nossa essência. Sempre disse que mal fizesse 18 anos ia fazer uma tatuagem, mas confesso que o medo da dor apoderou-se e foi algo que acabei por ir adiando. Aos 20 anos, como faço anos dia 20, queria tatuar esse número para eternizar algo que nunca irá voltar a acontecer (fazer 20 anos no dia 20), mas achei que seria algo muito superficial e não queria que a minha vontade superasse o meu desejo de fazer algo com significado para mim.  Queria que a minha primeira tatuagem tivesse mais significado.

Conclusão, a intenção sempre a tive, mas o processo de seleção e escolha do desenho é bem mais complicado do que eu imaginava. O ano de 2018 foi um ano de términos, mudanças, inícios e muitas emoções. Foi o ano dos "últimos" e dos "primeiros". Foi o meu último ano como estudante, a última semana académica, os últimos estágios mas também foi o ano do primeiro emprego, da primeira corrida, do primeiro ordenado... Mais importante do que isso tudo, foi o ano em que me tornei enfermeira. Comecei a trabalhar, a perceber as dificuldades da profissão e, cada vez mais, da importância das relações humanas. O ano 2019 vai ser um ano agitado, com muito para fazer e para demonstrar, por isso, surgiu-me imediatamente algo no pensamento: um jarro. 

Os jarros sempre foram a minha flor favorita, sempre estiveram presentes em momentos felizes na minha vida, e, principalmente, sempre tiveram grande significado para mim. Esta flor simboliza a tranquilidade, a paz e a pureza; algo que tento transportar sempre comigo. Para além disso, é uma flor que tem a capacidade de nascer em vários tipos de solo mesmo os mais inesperados e é uma planta que pode dar flor quase todo o ano. Por isso, a imagem dela representa, para mim, a força de ultrapassar os obstáculos com força e delicadeza mas mantendo sempre a minha essência. 

Felizmente, encontrei um tatuador muito competente e talentoso. Conseguiu manter-me muito tranquila durante todo o processo de preparação e realização da tatuagem. Fiquei bastante surpreendida relativamente à dor, que era o meu principal receio. Eu fiz a tatuagem na parte de trás da perna (do início do tendão de aquiles a apanhar um bocado o gastrocnémio mais conhecido por barriga da perna) e se tivesse de pontuar a dor numa escala de 0 a 10, seria um 2 ou 3. Tudo muito suportável. 

Por fim, posso desde já confirmar que o que dizem é verdade! O bichinho ficou e quero fazer pelo menos mais duas tatuagens, mas lá está, a busca do desenho correspondente ao significado mantém-se e, para já, vou ficar um bom bocado apenas com esta. Para mim, só faz sentido tatuar algo com significado e, para isso, é necessário tempo para amadurecer as ideias e perceber o que quero que fique eternizado na minha pele. 

Ontem um sonho de pequenina concretizou-se, uma tranquilidade invadiu o meu corpo e irá acompanhar-me todos os dias. Ontem foi um dia em cheio, ultrapassei um medo e concretizei um desejo. Que venham mais dias como o de ontem. 

1. Mudar de casa

2. Fazer uma tatuagem 5.1.2019

3. Comprar um carro

4. Pintar pelo menos 1 quadro

5. Visitar Paris

6. Ser mais acertiva

7. Organizar uma festa pijama na casa nova

8. Investir na minha formação

9. Comprar um computador novo 29.1.2019

10. Pagar um jantar numa marisqueira à minha mãe com o meu primeiro ordenado

11. Correr 10 km em menos de 1 hora

12. Ser mais consciente do meu gasto e consumo mensal

13. Visitar Sintra e Coimbra

14. Ir ver pelo menos um jogo do FC Porto 2.3.2019

15. Diminuir a minha pegada ecológica

16. Tirar um certificado em inglês

17. Visitar os Açores

18. Ir ao teatro

19. Visitar o Palácio da Bolsa