Na verdade nunca pensei que fosse sentir tanta diferença na transição de estudante de enfermagem para enfermeira. Sempre imaginei que, como as funções eram (praticamente) as mesmas, iria ser algo mais natural, mas não foi. Senti bastante a diferença e ainda bem!
Nestes 2 meses que passaram sinto-me outra pessoa, sinto todos os dias o peso da responsabilidade, o dever de fazer e dar o melhor. Tomar decisões pode ser uma coisa assustadora, decidir pelo outro e em função deste é algo aterrador, mas isso nunca me deteve. Felizmente, tenho bases científicas e humanas suficientes para tomar esses decisões e, quando me sinto mais insegura, tenho alguém ao meu lado que me recomenda e discute comigo as várias opções e qual será a melhor solução para a pessoa. Sempre que isto acontece sinto-me feliz, sinto que trabalho em equipa tal como enfermagem deve ser.
Mas, o que ninguém me disse sobre este trabalho, é que nem todas as pessoas querem trabalhar em equipa. Que por vezes, os egos falam mais alto e a capacidade de entreajuda fica esquecida. Quando vejo isto a acontecer fico triste e desmotivada, porque no final, todos deveríamos estar a trabalhar com o mesmo objetivo. Nunca quis acreditar que existissem pessoas assim, mas quando me deparo com a realidade fica difícil negar. Tenho de aprender a lidar com isso, a ser mais forte e não me deixar abater com esse tipo de pessoas que têm sempre um dedo a apontar e nada de bom a dizer.
Agora entendo que o mundo do trabalho é um mundo cão, como se costuma ouvir, que tenho de combater bastante e criar estofo para não me deixar abater. Só trabalhando em equipa, aprendendo e dando o melhor de mim todos os dias, ficarei de consciência tranquila e só assim tenho a certeza que sou uma boa profissional.