fotografia tirada por mim
Com o primeiro desafio cumprido: correr os 5km da corrida da mulher, surgiu a necessidade de reformular novos objetivos relativamente à minha carência de exercitar o corpo e a mente. De todos os tipos de desportos que conheço e já pratiquei, sempre afirmei que a corrida não era um dos meus favoritos. Não percebia o intuito de correr sem nenhum objetivo e, para além disso, sempre corri dentro da minha escola, num recinto fechado e isso cansava-me muito. Desde que comecei a correr fui-me descobrindo e modificando a minha opinião sobre este assunto.
Descobri que existem objetivos,
que correr sem traçar um objetivo específico antes não resulta para mim e,
também, que prefiro correr ao ar livre por percursos desafiantes e diferentes.
Começar a correr não foi fácil, necessitei de incentivo e, como o início é
sempre o mais difícil, inscrevi-me no clube de corrida que a minha faculdade
criou. Para além de conhecer pessoas novas e estreitar laços com algumas já
conhecidas, serviu como um compromisso. Havia dias em que regressava do estágio
cansada e sem vontade de fazer nada mas, como tinha treino marcado do clube não
conseguia deixar de ir. Este compromisso foi indispensável para que eu não
desistisse logo na fase inicial.
Comecei a ganhar muito respeito
pelas pessoas que correm porque realmente não é nada fácil. É um jogo mental e
físico constante. Nas primeiras corridas mal começava a correr queria logo desistir,
dava-me a dor de burro, aparecia-me uma dor nas costas, ou outra qualquer e eu
só queria que aquilo parasse. Depois, fui persistindo, continuando a correr,
principalmente, porque não queria parar o grupo e, por isso, fui aguentando.
Depois parei durante meio ano. O
quarto ano da faculdade não é fácil e ocupa-nos imenso tempo. Isso conjugado
com uma série de desculpas e desmotivação levou-me a parar por completo.
Chega o mês de Maio e a corrida
da mulher. Tinha programado toda uma preparação que não se cumpriu devido a um
conjunto de desculpas que fui dando a mim mesma. Apesar de tudo, a corrida da
mulher correu bem, fiquei entusiasmada e queria muito continuar a correr mas,
mais uma vez, isso não aconteceu. Os estágios foram ficando cada vez mais
difíceis e com algumas situações que foram aparecendo nesses meses foi impossível
continuar a correr.
AGOSTO. Estou de “férias”,
acabaram-se os estágios e as desculpas anteriores já não eram válidas nesta
época do ano. Não tive outra alternativa, resolvi voltar às corridas.
Dia 25 calcei as minhas
sapatilhas e lá fui eu! Resolvi fazer uma corrida para ver como estava.
Comecei a correr, senti-me bem e, por isso, continuei ao mesmo ritmo. Ao km 2
senti os meus pulmões a pedirem-me ajuda mas a minha teimosia não me deixou
parar. Consegui ir até aos 3km e depois parei. Corri 3,2km a um ritmo de
5:56/km. Fiquei animada porque apesar de não conseguir fazer os 5km, consegui
correr mais de metade do percurso destreinada.
Dia 28 voltei a calcar as minhas sapatilhas e consegui correr
apenas 2,1 km a um ritmo de 6:04/km. Piorei.
Bolas! E agora? Será que não estou talhada para isto? Será que correr não é
mesmo para mim? – pensei. Desanimei confesso, senti, mais uma vez, os meus
pulmões aos gritos e parei. A sensação não foi boa, senti mesmo que talvez a
corrida não fosse o meu desporto, que nunca iria conseguir chegar a correr 5km
sem parar.
Dia 30 não fui correr. Sentia-me cansada e um pouco desmotivada e,
por isso, deixei-me dormir até mais tarde. Ainda com os 2km a incomodar-me,
resolvi ir à internet ler artigos e sugestões de como correr 5km. Depois de
muito procurar e ler, constatei que, provavelmente, estava a exigir demais do
meu corpo, nomeadamente dos meus pulmões e, talvez, a decisão mais acertada
seria baixar o ritmo.
Dia 31 acordei pronta para experimentar esta nova estratégia. Calcei as minhas sapatilhas e comecei a
correr, mantendo a minha respiração controlada e um ritmo mais calmo. No fim do
primeiro quilómetro senti-me bem,
como se aguentasse mais dois ou três e, por isso, continuei. Decidi que hoje
não era dia para me preocupar com os quilómetros, queria ouvir a minha música,
controlar a respiração e aproveitar a corrida. Quando voltei a olhar para o
telemóvel já tinha feito 3km. Fiquei
tão contente! Acima de tudo porque sentia-me bem e capaz de continuar.
Quando cheguei aos 4 km comecei a sentir uma dor no ombro
e confesso que queria desistir, mas estava tão perto que não consegui. Comecei
a mexer a articulação baloiçando o braço para trás e para a frente e a dor
acabou por desaparecer.
4,4km e desconcentrei-me com a possibilidade de conseguir fazer os
5km. Consequência: descontrolei a minha respiração e isso acabou por afetar
a minha corrida. Demorei um pouco a recompor-me mas, felizmente, lá consegui. 4,6km e estava quase! Rapidamente chegaram
os 5km e parei. Senti que
provavelmente conseguia fazer mais um quilómetro mas não quis abusar visto que
estou a tentar progredir aos poucos e hoje já foi uma vitória para mim.
Ainda não acredito que consegui
correr 5km (a um ritmo de 6:53/km)
sem parar. Sinto-me bastante motivada e pronta para voltar a correr. Mas sei
que nem sempre vai ser assim, por isso, resolvi escrever esta publicação. Para
me relembrar que existem dias bons e
outros dias menos bons. O segredo está em saber lidar com as frustrações tão
bem como lidamos com os sucessos e isso eu ainda estou a aprender. Agosto
foi um mês de recomeços e conquistas, vamos ver o que Setembro tem reservado
para mim!
Posto isto, fica aqui assente o
meu segundo desafio deste ano: correr os 10km da corrida de São Silvestre do
Porto. Não vai ser fácil e posso estar a ser demasiado ambiciosa mas a corrida
é em Dezembro e eu, lá no fundo, sinto que vou conseguir. E porque não?
9 comentários
Fico muito feliz por ti!!
ResponderEliminarTenho andado a considerar dar uma oportunidade a começar a correr, mas revejo-me completamente naquilo que dizes de que num recinto fechado ou na passadeira não resulta para mim.
Acho que tens tudo para conseguir alcançar a tua meta, e admiro o motivo pelo qual escreveste este post :)
Beijinhos
Muito obrigada! É muito bom ler isso :)
EliminarPorque não experimentas correr num parque, perto do mar ou pelas ruas perto de tua casa?
Beijinho
O importante é não desistir minha amiga.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
É importante ouvirmos o nosso corpo e focarmo-nos nos nossos objetivos. Claro que isso nem sempre será fácil, por uma série de motivos, mas é gratificante quando, apesar de algumas desculpas, não desistimos por completo. E voltamos a tentar. E a tentar.
ResponderEliminarEspero que setembro continue a ser um mês de progresso e de conquistas. Confia :)
r: Muito obrigada, minha querida <3
Sinto que só vou conseguir fazê-lo quando deixar de ter pessoas para ver no cortejo, até porque a minha faculdade passa sempre tarde. Mas hei-de conseguir ahahah
Obrigada pelas indicações, já acrescentei à minha lista! Já estive com "Ensina-me a Voar sobre os Telhados" na mão, mas acabei por não o trazer. Mas quero ver e investo no autor numa futura compra :)
Olá, Inês! Comecei agora a seguir o teu blog e, realmente, o que me chamou mais a atenção foi o nome, tão originaaal, amei *.*
ResponderEliminarIsso do clube de corrida, na tua uni, é realmente uma iniciativa fantástica! E sim, correr exige mesmo muito de nós :o Que bom que voltaste a correr! Espero que corra tudo bem e que te continues a sentir motivada, sei bem o que é quando a motivação nos foge :/
Beijinhos,
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Olá Sofia! Muito obrigada pelo feedback é muito bom ouvir isso :)
EliminarSim é verdade, fui uma privilegiada por existir um clube de corrida na minha faculdade, deu-me muita motivação.
Beijinhos :)
Acho que fazes muitíssimo bem, força e continua :)
ResponderEliminarÉ isso, aos poucos vamos conseguindo alcançar os nossos objetivos e não precisamos de querer logo tudo num dia :)
ResponderEliminarVais conseguir, força!
Este ano também vou fazer da corrida uma prática regular, é bom, para a mente, para o corpo e para tudo.
Beijinhos
Muito obrigada pela força!
EliminarAcho que fazes muito bem, é mesmo uma terapia por vezes :)
Beijinho!